Mudanças climáticas e alterações antrópicas aumentam a frequência de secas e inundações em estados como o Acre

O curso das mudanças climáticas continua inalterado enquanto os países não implementam para valer medidas de redução das emissões de gases de efeito estufa. Paralelo a isso, em muitas localidades da Amazônia e do Brasil o desmatamento está em alta, o que também afeta diretamente o clima local.

Diante deste cenário, não por acaso, a bacia do rio Acre registrou a segunda pior seca de sua história meses depois da mesma região sofrer inundações severas, o que gerou o deslocamento de milhares de pessoas.

Nesta seca de 2021– que apenas não foi pior do que a de 2016 – o nível da água baixou para 133 centímetros em agosto na capital Rio Branco, onde vivem 900 mil pessoas. Cinco anos atrás, o rio Acre havia baixado para 130 cm.

O cenário de agosto é totalmente contrastante com o do início do ano. Em todo o estado do Acre, 130 mil pessoas foram afetadas por uma das piores cheias da história. O governo estadual chegou a decretar estado de calamidade pública.

Ao site Mongabay, o professor da Universidade Federal do Acre, Waldemir Lima dos Santos, disse que os eventos climáticos extremos podem ser explicados pelas mudanças climáticas. Além disso, o desmatamento da floresta e inclusive das matas ciliares dos rios também têm um papel importante na potencialização das secas e das enchentes. “Esses extremos estão cada vez mais ultrapassando um padrão que antes era bastante definido. Hoje, nós temos secas severas em intervalos menores de tempo, no período de três ou quatro anos, e às vezes até anualmente”, analisa Santos.


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