Apesar de o sistema de monitoramento do Brasil ser sofisticado, ele não funciona na prática, segundo diagnóstico europeu

A União Europeia, depois de anunciar a regulamentação do bloco para impedir a entrada de produtos relacionados ao desmatamento e à degradação florestal, estrutura agora a montagem do Observatório Florestal para investigar com mais profundidade o tema. Um dos estudos já feito pelos europeus dentro deste contexto focou também a questão brasileira.

Uma das conclusões do estudo é positiva. “Entre os países com florestas, o Brasil tem o mais abrangente sistema de monitoramento de desmatamento além de várias iniciativas promissoras que permitem aos atores públicos e privados examinar a produção de carne e soja, assim como as cadeias de fornecimento, e ver se estão levando ao desmatamento da Amazônia e do Cerrado”, diz o relatório.

Mas, em seguida, entram alguns senões, como noticia o Valor. Segundo o relatório, monitorar o desmatamento é uma ferramenta que, para ter impacto sobre a devastação e o abuso aos Direitos Humanos, tem que ser ancorada em legislação e compromissos corporativos, o que não vem ocorrendo no cenário brasileiro. “Os sistemas de monitoramento no Brasil são diversos e sofisticados. O problema é que não falam entre si nem com a questão comercial, que é o propósito da regulação europeia”, afirma o economista Peter May, um dos autores da avaliação.


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