Consequências dos incêndios de 2020 e anos de seca sufocam bioma
Apesar de ser a maior planície alagável do planeta, a falta de água permanece como uma ameaça constante no Pantanal. São três anos seguidos de estiagem. Reportagem da Folha mostra como as consequências dos devastadores incêndios de 2020, além de meses e meses de seca, estão sendo implacáveis.
Na Fazenda São Francisco de Assis, por exemplo, praticamente apenas a sede escapou das chamas de 2020. No dia 11 de setembro daquele ano o fogo consumiu 4.300 hectares da propriedade em duas horas.
Segundo o pecuarista Pedro Rodrigues, o incêndio no subsolo, algo típico em ecossistemas como o Pantanal, demorou seis meses para ser debelado. O fogo na turfa não pode ser controlado nem pelas chuvas. Como uma escavadeira, o proprietário cavou uma valeta em volta de dois hectares para ‘aprisionar’ as chamas.
Obras de pavimentação de uma estrada estadual agravaram o problema, segundo Rodrigues. O projeto represou um riacho, o que matou a vegetação nativa dos dois lados da MT-040. Houve enchente e falta de água ao mesmo tempo, nos dois lados do asfaltamento. Vários grupos da fauna, como o das arara-azul, ainda padecem por causa da falta de alimento, sem a recuperação total da vegetação.
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