Por meio de análises de campo e um modelo matemático inédito, cientistas determinaram a destruição de espécimes causada pelo fogo no Pantanal
A destruição pelo fogo de aproximadamente 4 milhões de hectares (26%) do Pantanal entre janeiro e novembro de 2020 provocou a morte de 17 milhões de vertebrados, informa o G1. Os números foram calculados por um grupo de dezenas de pesquisadores brasileiros. Todo o estudo, e os métodos específicos desenvolvidos para o trabalho, está publicado na revista científica Nature.
De acordo com o tamanho da carcaça, os vertebrados foram divididos em dois grupos. Os que pesavam menos de 2 kg, como anfíbios, pequenos lagartos, cobras, pássaros e roedores. E os médios e grandes vertebrados, com mais de 2 kg, caso das queixadas, capivaras, de mutuns, grandes cobras, tamanduás e primatas.
“São animais que possuem baixa capacidade de locomoção, o que dificulta a fuga durante um incêndio”, explicou a bióloga Gabriela do Valle Alvarenga, pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), participante da pesquisa. As espécies mais atingidas costumam ficar enterradas nas áreas de campo inundáveis nos períodos de seca. Quando as queimadas chegam nestes locais, o fogo pode permanecer no subsolo, sem ser detectado, por semanas. Por isso, a destruição dos pequenos invertebrados é bastante expressiva. As serpentes aquáticas representam 60% dos animais mortos.
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