Enviado do governo do Reino Unido para o comércio diz no Brasil que retaliação por causa da política ambiental é contraproducente

Para os mercados europeus, a questão ambiental passou a ter um peso central, é verdade, mas isso não significa que fechar as portas do comércio com o Brasil de forma irrestrita também não trará prejuízos para os países do outro lado do Atlântico. Até por isso, como relata o Valor, Marco Longhi, enviado de comércio do Reino Unido para o Brasil e membro do Parlamento britânico, tenta desmistificar a tese de retaliação pura e simples atrelada a problemas ambientais, como o desmatamento da Amazônia.

“Entendo completamente a magnitude do problema [ambiental] e sei que a floresta brasileira é 7,5 vezes o tamanho do Reino Unido. Então como policiar e persuadir locais ao dizer que [desmatar] é algo ruim a se fazer? Em vez de bater no Brasil com um porrete e dizer ‘Vocês não deveriam fazer isso, na verdade a floresta não é um ativo brasileiro, mas um ativo global’, é preciso conversar mais com o Brasil, desenvolver mais essa amizade”, explica o britânico.

Na viagem que fez ao Brasil para fazer negócios, Longhi, que viveu do lado de cá por cinco anos e é casado com uma brasileira, conversou sobre exportações de tecnologia militar e caminhos para que o setor de biocombustíveis brasileiros exporte para o Reino Unido. Apesar da abordagem colaborativa, o enviado europeu afirmou que sabe que terá muito trabalho pela frente, em relação tanto aos problemas ambientais brasileiros quanto a outros, como impostos, volatilidade da moeda e burocracia. Isolar o Brasil, segundo Longhi, será contraproducente.


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