Em balanço sobre a COP26, representantes do governo federal disseram estar surpresos com os dados do PRODES

O discurso oficial do governo federal é de que os dados trágicos do desmatamento da Amazônia entre 2020 e 2021 não foram escondidos da comunidade internacional, apesar de terem sido divulgados apenas depois do encerramento oficial da COP26, em Glasgow. Mas o fato é que o aumento de 22% no desmatamento era conhecido antes mesmo do início da Conferência do Clima, pelo menos desde 27 de outubro.

Apesar de não mudar o discurso, o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, admitiu que os dados sobre desmatamento surpreenderam, e que o tema segue no foco do governo. O ministro, conforme relata a Época Negócios, fez um balanço positivo da participação do Brasil em Glasgow. Ele voltou a criticar a falta de ambição dos países ricos em financiar ações contra o aquecimento global em países em desenvolvimento.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também seguiu na mesma linha. Ele afirmou, assim como França, que o Brasil saiu vitorioso da COP26 e que o país é parte da solução contra o aquecimento global. “O Brasil será o maior exportador de crédito de carbono para países e empresas”, garantiu.

Já o vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu que o governo não foi capaz de integrar o trabalho das Forças Armadas com o dos órgãos ambientais de fiscalização. “Se você quer um culpado, sou eu. Não consegui fazer a coordenação e a integração de forma que ela funcionasse.”

Correio Braziliense, g1, Metrópoles, O Globo e Valor também repercutiram as desculpas de Mourão e as declarações de Joaquim Leite. O Jornal Nacional divulgou matéria sobre as falas de Mourão, com comentários contundentes e precisos de Adriana Ramos, do ISA, e Tasso Azevedo, do MapBiomas.


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