Levantamento mostra que 28% do desmatamento na Amazônia ocorreu em áreas que deveriam ser protegidas pelo governo federal

Um olhar mais apurado sobre o desmatamento recorde da Amazônia desde 2006 revela que a omissão governamental em relação à invasão das chamadas “florestas públicas não destinadas” tem um preço alto. Dentro destas terras públicas que deveriam estar protegidas, 3,7 mil km2 de floresta caíram. De um total de 13 mil km2 registrados pelo PRODES em 12 meses entre 2020 e 2021, o maior índice em aproximadamente 15 anos.

As terras públicas, que corresponderam a 28% da destruição segundo levantamento do IPAM publicado pelo G1, estão no topo do ranking. A seguir, as categorias onde mais ocorreu destruição florestal são a de “imóveis rurais”, com 26%, e “assentamentos” com 23%.

As áreas de florestas públicas não destinadas, por lei, devem estar dedicadas à proteção da floresta ou a atividades de uso sustentável. Mas, muitas delas, por estarem sem uma destinação específica, acabam sendo alvo fácil de grileiros. “O desmatamento nas florestas públicas cresceu muito nos últimos anos. O governo sabe que é sua responsabilidade fiscalizar essas áreas”, afirma o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães.


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