Ao contrário da pandemia, mudança do clima gera pouco medo de morrer
O ponto de vista do embaixador Rubens Ricupero, retratado por Maria Cristina Fernandes no Valor, suscita pessimismo em relação ao combate às mudanças climáticas globais. Segundo ele, a COP26 mostrou que os “conjuntos de nações ainda escolhem matar o planeta aos poucos” porque o aquecimento global ainda não lhe provoca um risco real de morte.
De acordo com o ex-secretário da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, o aquecimento global não causa na opinião pública em geral o que a pandemia, por exemplo, gerou. Sem um verdadeiro choque, analisa Ricupero, as mudanças de comportamento e de vida não ocorrem.
A própria pandemia, na visão do embaixador, contribuiu para que os países não pisassem no acelerador em Glasgow. Principalmente, porque as nações, agora, estão correndo para atender à demanda reprimida pelo enclausuramento necessário imposto pela crise sanitária.
O custo político rumo à economia de baixo carbono ficou gigantesco. E, para Ricupero, mudanças só devem ocorrer, no Brasil e no mundo, quando o impacto financeiro das catástrofes chegarem aos milhões de dólares.
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