Durante destruição recorde da Amazônia, 32 árvores caíram por segundo
A taxa de desmatamento divulgada na semana passada pelo INPE foi a maior em 15 anos da série histórica e consolidou o patamar da destruição florestal sob o governo Bolsonaro – nos três primeiros anos de mandato, os índices anuais de devastação superaram a marca de 100 mil km2. Isso não é coincidência: a explosão do desmatamento na Amazônia está intimamente associada à omissão criminosa do governo Bolsonaro na fiscalização e no combate às ilegalidades ambientais.
Com base nestes dados do INPE, que mostraram a destruição de 13.235 km2 da Amazônia entre agosto de 2020 e julho de 2021, o jornalista Marcelo Leite fez um cálculo interessante na Folha. Cálculo que dá noção do alto grau de destruição florestal que está ocorrendo.
Cada hectare de mata amazônica tem por volta de 600 árvores, portanto, 60 mil por quilômetro quadrado. Em 2021, o terceiro período sob o governo Bolsonaro, 800 milhões de árvores, ou 3,75 por habitante, foram destruídas.
Mas os desdobramentos do problema ambiental são ainda maiores. As estimativas de quem acompanha em campo o problema é que para cada hectare derrubado outro tenha sido degradado com a abertura de estradas e os chamados efeitos de borda. O que faz a conta subir ainda mais.
É plausível estimar que para cada quatro árvores que caem outra morra em áreas ainda vegetadas. O que faz a conta subir para 1 bilhão de árvores destruídas só neste ano, 2,8 milhões por dia, 116 mil por hora e 2.000 por minuto. Se preferir, são também 32 árvores por segundo.