Economista brasileiro diz que comunidade global vê o governo brasileiro como patético

A tentativa dos negociadores brasileiros de melhorar a imagem do país nas discussões climáticas internacionais está muito lastreada na realidade. Apesar de ainda ser o momento de sentir até que ponto o discurso em Glasgow será seguido de questões práticas, o Brasil, hoje, é visto como o bobo da corte, afirma Sergio Margulis à Folha.

Depois de 22 anos como economista do Banco Mundial para Meio Ambiente, e hoje professor no Rio de Janeiro, o economista afirma que Bolsonaro está cumprindo muito bem o papel que assumiu desde o começo do governo: o de exibir com orgulho total desprezo pela questão climática. “A comunidade global acha isso uma palhaçada, vê o governo brasileiro como patético, uma tragédia na questão climática.”

Sobre a COP26 – e todo o modelo de negociação que acompanha as Conferências das Partes –, Margulis tem uma posição clara. Para ele, não existe mais tempo para o mundo esperar que 200 países negociem dentro das regras da ONU. Ele defende que os 20 países mais ricos do mundo, responsáveis por 80% das emissões, grupo onde está o Brasil, passem a agir de forma séria e ágil. “Tem que colocar o preço nas emissões de carbono, impor sanções entre eles. E deixar os outros 180 países para lá.”

No caso dos países mais pobres, explica o economista, eles precisam de dinheiro para melhorar a qualidade de vida de suas populações. E isso deve ser dado a eles.


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