Apesar de discurso mais brando, Brasil chega à COP26 sem resultados práticos
Observadores internacionais em geral se surpreenderam positivamente com o tom do discurso brasileiro nos primeiros dias da COP26, em Glasgow. Tanto a posição a favor de zerar o desmatamento quanto o aceite de fazer parte do acordo para redução da emissão de metano não eram movimentos diplomáticos dado como certos.
O problema passa a ser, entretanto, quanto dos resultados recentes do empenho do governo federal contra o desmatamento da Amazônia passa a ser escrutinado. Como lembra o físico Paulo Artaxo, da USP, em artigo para o PlenaMata, se a floresta amazônica fosse um país, seria o 9º maior emissor de gases de efeito estufa do mundo.
“O perfil de emissões brasileiras ainda é dominado por uma atividade majoritariamente ilegal e que não contribui com o PIB nem com na geração de empregos no país”, escreve o especialista.
Em tempo: O vice-presidente Hamilton Mourão disse que o Brasil terá um prazo para adaptar sua agropecuária ao acordo para redução das emissões do gás metano, assinado em Glasgow, informa a Folha. Pelo texto, os países signatários da proposta precisam reduzir, juntos, 30% das emissões globais de metano até 2030, na comparação com 2020.
No caso brasileiro, o setor que mais contribui com a emissão do gás é o da criação de gado. O metano é lançado na atmosfera principalmente por causa da fermentação entérica dos bovinos. O uso de fertilizantes nitrogenados também contribui para o problema.
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