Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, diz que os dados compilados pela agência já evidenciam a Amazônia como fonte de carbono
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, afirmou que os dados compilados pela agência ligada à ONU já evidenciam a transição de uma parte da Amazônia de sumidouro para fonte de carbono. “É alarmante e está vinculado ao desmatamento na região”, afirmou o executivo durante o lançamento do relatório anual da OMM.
Conforme detalhou à Folha, as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram um novo recorde em 2020. Além disso, a taxa de aumento anual identificada foi superior à média do período 2011-2020, demonstra o boletim da OMM.
No ano passado, a concentração de CO2 atingiu 413,2 partes por milhão, o que significa uma concentração 149% maior do que os níveis pré-industriais. Segundo Taalas, a última vez que se teve uma concentração dessa magnitude na Terra foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás. Naquela época, a temperatura estava entre 2oC e 3oC mais quente, e o nível do mar, entre 10 e 20 metros acima do atual. “Mas não havia 7,8 bilhões de pessoas no planeta”, lembrou o executivo da OMM.
Em tempo: As evidências científicas de que partes da Amazônia já estão se tornando vertentes – e não mais sumidouros de CO2 – estão ganhando espaço e corpo em prestigiadas revistas científicas internacionais. Foi o caso, por exemplo, do estudo encabeçado pela pesquisadora brasileira Luciana V. Gatti e publicado na revista Nature, em julho deste ano.
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