As cadeias da bioeconomia, como as do açaí, cacau e castanha, geraram R$ 5,4 bilhões em 2019 no Pará, segundo estudo feito pelo BID e pela Natura. O valor é 184% maior do que o PIB do estado, registrado pelo IBGE

Uma pesquisa que analisou 30 cadeias produtivas da sociobiodiversidade no Pará revelou o grande potencial que o setor tem tanto em termos de geração de renda quanto de oferta de empregos. Em 2019, a produção de produtos como açaí, cacau e castanha gerou R$ 5,4 bilhões. Enquanto o PIB estadual, no mesmo período, medido pelo IBGE, foi de R$ 1,9 bilhão. Uma diferença de 184% a favor da bioeconomia.   

O mapeamento feito pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e pela Natura, e publicado no Estadão, indica ainda que todos os setores avaliados geraram por volta de 224 mil empregos. O estado do Pará, nos últimos 15 anos, é o campeão de desmatamento da Amazônia.

A pesquisa, apresentada durante o Fórum Mundial de Bioeconomia, em Belém, também olhou para o futuro. A projeção dos técnicos é que as cadeias produtivas de apenas dez produtos têm o potencial de movimentar R$ 170 bilhões em 2040. Os itens analisados foram: açaí, cacau, castanha, copaíba, cumaru, andiroba, mel, buriti, cupuaçu e palmito.

Juliana Simões, vice-gerente da Estratégia Povos e Comunidades Indígenas e Tradicionais da TNC Brasil, disse ao Estado que a pesquisa conseguiu ir além daquilo que normalmente é mapeado pelo IBGE. Comunidades e cooperativas locais, por vezes isoladas, foram mapeadas a partir de pesquisas coordenadas pelo Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da Universidade Federal do Pará. “Faltava dados sobre essa produção, e uma economia que não é vista não é lembrada”, afirma Juliana. Diferentemente do IBGE, os pesquisadores analisaram todas as etapas da cadeia produtiva. Todas as trocas econômicas foram contadas, segundo os autores da pesquisa.


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