Vendas crescem quase 150 vezes em dez anos, mas impacto ambiental pode ser grande
Fruta consumida praticamente todos os dias somente por moradores da Amazônia, em poucas décadas o açaí tomou o mundo. Nos últimos dez anos, as exportações da frutinha, rica em antioxidantes, fibras e alto valor energético, explodiram. As 40 toneladas vendidas por ano no mercado internacional se multiplicaram para cerca de 6.000 toneladas em 2020, um salto de quase 15 vezes.
O Pará é o maior consumidor e também o maior exportador do açaí, respondendo por 95% da produção nacional. Com a explosão das vendas, a área plantada, tanto em terra firme como em várzeas, saltou de 77,6 mil para 188 hectares. Isso não aconteceu sem impacto ambiental. Pesquisa liderada pelo biólogo paraense Madson Freitas, publicada na Biological Conservation, mostra que, com a derrubada de árvores nativas para aumentar a área de plantio, houve redução de espécies e funções nesse ecossistema amazônico. “Percebemos ausência de espécies de árvores típicas da várzea em ambientes com monocultivo, principalmente plantas de sombra, que ajudam na ciclagem de nutrientes e abrigam espécies da fauna como pássaros e insetos”, conta Freitas.
O Mongabay Brasil traz detalhes do estudo e outras informações sobre o cultivo no Pará.
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