Importadores americanos precisam passar a monitorar cadeias de fornecimento para não comprar carne de área desmatada
Novos matadouros na Amazônia brasileira aprovados para exportação aumentam a exposição dos EUA a crimes ambientais. Grandes frigoríficos, como Marfrig, JBS e Minerva já foram impedidos de fazer exportações aos EUA por questões de segurança, mas não por causa de assuntos relacionados ao meio ambiente.
Em agosto, um abatedouro localizado em Chupinguaia (RO) apareceu na lista do Departamento de Agricultura dos EUA como licenciado para exportar carne ao país norte-americano. O abatedouro pertence à Marfrig, uma das gigantes do setor. A instalação da JBS em Vilhena, assim como a da JBS em Confresa (MT), da Minerva em Paranatinga (MT) e Araguaína (TO), e da Vale Grande em Matupá (MT), também receberam a licença.
Mas um estudo do Imazon coloca Rondônia e Mato Grosso entre os três primeiros estados da Amazônia onde os abatedouros estão mais expostos ao risco de desmatamento nas áreas onde compram os bois. Todos os abatedouros da Amazônia que atualmente têm licença para exportar aos EUA estão bem alto na lista de risco de desmatamento do Imazon. Outra pesquisa mostrou que a Marfrig de Chupinguaia está exposta de forma significativa a esse risco, já que mais de 44 mil hectares de desmatamento foram detectados na região onde comprou animais entre 2019 e 2020.Dados da Earthsight revelam que quase um sexto de toda a carne importada de empresas brasileiras por americanas vem de estados amazônicos. Para compradores americanos, fica caro ter certeza de que ela não é ilegal. Em breve o Congresso americano deve votar uma lei para cortar os laços com o desmatamento ilegal, mas os importadores precisam monitorar as cadeias de fornecimento em relação a abuso ambientais, escreve a Earthsight.
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