Estudo da EMBRAPA calcula que, sem desmatar, sem usar agrotóxicos e recompondo áreas degradadas, Puyawanas, no interior do Acre, evitam emissão de mais de 6 mil toneladas de CO2 por ano
A terra indígena (TI) Puyanawa, no interior do Acre, é formada por duas aldeias, Barão e Ipiranga, onde vivem 648 habitantes. As quase 500 toneladas de mandioca que produzem por ano – alimento mais cultivado pelas famílias – foram plantadas em terra já desmatada, sem o uso de agrotóxicos ou queimadas. A TI tem mais de 24,4 mil hectares, mas somente 5,8% da área (pouco mais de 1,4 mil hectares) foi alterada. E eles ainda trabalham para recompor áreas degradadas.
Os Puyanawa poderão comercializar créditos de carbono do desmatamento que evitaram, com potencial de gerar até R$ 3,9 milhões em 20 anos. O cálculo é do estudo “Desmatamento Evitado na Terra Indígena Puyanawa, Mâncio Lima, AC, Brasil”, realizado entre 2017 e 2018 pelo engenheiro agrônomo Eufran Amaral, pesquisador da EMBRAPA Acre. “A gente avalia o histórico de desmatamento na área e também o estoque de carbono que tem nas florestas deles. E, a partir disso, a gente analisa a evolução futura. Se não tivesse a terra indígena ali, provavelmente teria um desmatamento cinco vezes maior do que tem hoje”, explica Amaral.O estudo orienta o que deve ser feito, como manter o uso da terra em áreas já desmatadas e diretrizes para o reflorestamento. A pesquisa mostrou que em média é evitada a emissão de 6.381 toneladas de gás carbônico por ano. Cada tonelada evitada pode valer até US$ 6, publica o G1. Os recursos resultantes da comercialização dos créditos seriam usados pelos Puyanawa para proteger ainda mais a terra, preservar sua cultura e produzir mais, prevê Amaral.
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