O agronegócio precisa começar a proteger a floresta amazônica e a prestar atenção às mudanças climáticas para não correr riscos, afirma o economista José Mendonça de Barros.
O agronegócio precisa começar a proteger a floresta amazônica e a prestar atenção às mudanças climáticas para não correr riscos, afirma o economista José Mendonça de Barros. O desenvolvimento tecnológico ajudou muito o crescimento da agricultura no Brasil, que faz parte de cadeias internacionais, o que lhe garantiu bons preços e renda. Mas isso não pode ser motivo para que se despreze o que vem acontecendo no mundo. Secas, queimadas, geadas, os desequilíbrios climáticos estão aumentando e vão ser um obstáculo para a indústria agropecuária, disse Mendonça de Barros em entrevista a Miriam Leitão, de O Globo.
No Brasil, é fácil saber de onde vem o problema. Vem da queima desenfreada da floresta amazônica e do desmatamento ilegal, que acabam afetando os rios voadores na Amazônia, com impacto na formação de umidade em outras partes do país. Além disso, diz ele, há a questão da escassez de água e da emissão de carbono. O resto do globo também é afetado pelas mudanças do clima e isso poderá causar surpresas ao agronegócio brasileiro. Grãos poderão ser produzidos no norte, no Canadá, por exemplo. Isso “derruba outro argumento arrogante de certos líderes da bancada agrícola, que é dizer que o chinês tem que comprar da gente porque não tem outro lugar. Vai ter outro lugar para oferecer”, afirma, “eu não tenho dúvida em dizer, e acho que boa parte dos executivos, dos produtores, percebem isso, mas tem um pedaço da liderança, seja na bancada agrícola, seja em algumas das associações agrícolas, tipo a Aprosoja do Mato Grosso, que insiste em uma pauta atrasada.”
Mendonça de Barros também acha espantosa a crença do governo federal de que dinheiro ilegal, da mineração, da grilagem, será capaz de trazer desenvolvimento para a Amazônia. “Nossa relação com a natureza tem que começar a mudar mesmo”, afirma. Uma certa revolução já está acontecendo nesse sentido, com biodefensivos, biofertilizantes, condicionador de sol. Falta a política da Amazônia, que é muito ruim, mudar, defende ele.
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