Em 15 anos, o bioma perdeu 10 milhões de hectares de florestas maduras e teve outros 9 milhões recuperados; áreas restauradas têm menores biodiversidade e estoque de carbono
O MapBiomas apresentou nesta 4ª feira (15/9) mais um levantamento da série Brasil Revelado (1985-2020), dessa vez com foco nas mudanças de cobertura florestal na Mata Atlântica. Por um lado, o bioma conseguiu se estabilizar nos últimos 30 anos, sem perda percentual significativa em sua vegetação, que está preservada em cerca de 25%. Por outro, isso não significou que o desmatamento tenha sido interrompido, pelo contrário: houve perda de florestas maduras, compensada – ao menos em área – com a regeneração de matas jovens.
Entre 1985 e 2020, a Mata Atlântica perdeu 10 milhões de hectares de vegetação madura; nesse mesmo período, a área de vegetação secundária ganhou 9 milhões de hectares. “A aparente estabilidade da cobertura florestal da Mata Atlântica é enganosa porque existe uma diferença de qualidade entre uma mata madura, rica em biodiversidade e com carbono estocado, de uma área em recuperação”, explicou Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas.
Ao todo, a cobertura florestal na Mata Atlântica passou de 27,1% em 1985 para 25,8% em 2020. O resto do território do bioma está ocupado por pastagens (25%), mosaicos de agricultura e pastagens (16,5%), agricultura (15%), e formação savânica e outras naturais (10,5%). A Bahia foi o estado com maior perda de vegetação nativa (9.642 km2), seguido pelo Rio Grande do Sul (6.899 km2), Santa Catarina (6.359 km2) e Paraná (3.744 km2).Os dados do MapBiomas sobre a Mata Atlântica ganharam destaque em veículos como CNN Brasil, Estadão, Globo Rural, Jovem Pan, Metrópoles, O Globo e Projeto Colabora, entre outros.
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