Samela Sateré-Mawé: ‘queremos ocupar o Estado’

JUVENTUDE AMAZÔNIDA

Aos 26 anos, a jovem liderança do Amazonas comemora a chegada de mulheres indígenas a cargos de poder, mas diz que a ‘luta continua’.

Samela Sateré-Mawé, de 26 anos, é uma jovem liderança nascida no estado do Amazonas.

Ela cresceu em um contexto urbano de Manaus junto à Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism), pioneira no protagonismo feminino. A instituição foi criada por sua mãe, Regina, que é uma das influências da filha no dia a dia de luta e liderança tradicional da região.

Durante a pandemia da Covid-19, com o aumento da desinformação, Samela, que é comunicadora e estudante de biologia, se tornou uma importante voz amazônida a favor das vacinas.

Eu comecei a comunicar nas redes sociais a produção de máscaras que fizemos durante a pandemia e ganhei visibilidade. Depois, eu comecei a descomplicar notícias junto com jovens de todo o Brasil através da plataforma Reload.

Agora, Samela acredita que o momento em que estamos vivendo, com mulheres indígenas em posições de poder no governo federal, é só o começo.

Em 34 anos de democracia, a gente nunca participou desses espaços de debate dentro do governo e agora temos essa oportunidade. Sabemos que não vai ser fácil, vai ser uma construção larga.

Apesar do avanço, a jovem mulher e liderança acredita que o espaço é pequeno: dos 513 deputados eleitos em 2022, cinco são indígenas. Ainda assim, no início de 2023, foi criado o inédito Ministério dos Povos Indígenas (MPI), chefiado por Sonia Guajajara.

A luta continua. A gente não quer só um ministério, a gente quer, quem sabe, um dia ter uma mulher presidente do país e mais representantes nossos no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e câmaras municipais. Queremos ocupar o Estado.

REPORTAGEM Emily Costa TEXTO E EDIÇÃO Carolina Dantas IMAGENS Raphael Alves/IMF Photo; Bruno Kelly / InfoAmazonia; Amazônia Real; Tomaz Silva/Agência Brasil; André Guajajara; Bitate Uru Eu IDENTIDADE VISUAL Clara Borges Montagem  Luiza Toledo

Leia a reportagem