Tempestade assusta moradores, que são recomendados pela SABESP a não desperdiçar água com a limpeza
Na tarde de domingo, uma nuvem de poeira, arrastada por uma forte ventania, “engoliu” cidades como Franca e outras na região de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo. Não se trata de um evento muito raro no mundo, mas por aqui não é comum. Ele é comum em toda a volta do Saara, na península Árabe e nas partes áridas dos EUA, Austrália, China e Ásia Central, onde o fenômeno causa verdadeiros desastres.
A tempestade de poeira costuma ocorrer em áreas secas e com baixa umidade, quando o ar frio desce para o solo, gerando rajadas de vento em alta velocidade, que acabam levantando poeira do chão. A nuvem pode ter vários metros de altura e até 160 quilômetros de largura. O fenômeno é chamado pelos meteorologistas de haboob, ou habub, palavra que vem de habb, ou vento, em árabe. De acordo com a Convenção sobre Desertificação, da ONU, o haboob pode ocorrer em praticamente qualquer lugar, e pode ser influenciado por ações humanas, por mudanças climáticas, desertificação e degradação.
No Twitter, o Observatório do Clima chamou o haboob de “fenômeno a gente avisou” e disse que “queimadas, desmatamentos e seca extrema tornarão esses eventos cada vez menos raros.” Essas tempestades impactam a agricultura, transporte e a qualidade do ar da água, diz a Convenção da Desertificação. Nas cidades engolidas pela nuvem, moradores tiveram dificuldade de respirar.
O Brasil vive a pior crise hídrica dos últimos 90 anos e Franca, como várias cidades paulistas, passa por racionamento de água. Com estiagem prolongada, houve incêndios de grande proporções em áreas de proteção ambiental e em plantações. Moradias também foram destruídas e pelo menos duas pessoas morreram.
Depois do haboob, choveu na região. Foram registrados 24,4 milímetros de chuva, que não registrava 10 milímetros desde julho.
Folha e G1, entre outros, repercutiram a notícia. Matéria da Folha no UOL mostra vídeos da nuvem de poeira.
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