O que é degradação florestal

O que é degradação florestal

Este tipo de destruição da floresta é hoje a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa na Amazônia.

Degradação é uma das faces menos conhecidas do desmatamento.

O termo significa a eliminação parcial e gradual da vegetação da floresta devido à extração seletiva de madeira e de outros recursos naturais, como minérios.

Pode ser causada também pelo fogo ou por mudanças climáticas e alcançar áreas distantes de onde ocorreram os desmatamentos. As árvores começam a secar e morrer.

Partindo de uma floresta intacta, a degradação mina a integridade da cobertura vegetal ao longo do tempo.

Assim, apesar de ainda conter mata primária, uma área degradada não possui a mesma estrutura, resiliência e funções de uma floresta intacta.

À medida que a degradação avança, a perda de biomassa florestal se aproxima daquela observada em um cenário de desmatamento em corte raso, em que há remoção total, ou quase total, da cobertura vegetal.

Ainda que processos de degradação possam parecer menos destrutivos do que o corte raso, interromper a perda florestal em estágio menos avançado potencializa a capacidade de conservar a vegetação nativa no longo prazo.

Em sete países da Amazônia (Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Suriname e Venezuela), a degradação florestal, e não o desmatamento, já é o principal responsável pelas emissões de carbono das terras indígenas e áreas protegidas.

Artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) aponta que, entre 2007 e 2016, foi verificada uma média de 11.000 km² de floresta amazônica degradada ao ano. Isso equivale a uma área 7 vezes maior que a cidade de São Paulo.

Na Amazônia brasileira, a área degradada já supera a desmatada, segundo pesquisa publicada na revista Science, em 2020.

Na Cúpula das Nações Unidas para Mudanças Climáticas de 2021, a COP26, cientistas brasileiros fizeram um apelo para incluir a degradação no inventário das emissões de gases-estufa do Brasil.

“Mesmo se o Brasil parar hoje com o desmatamento na Amazônia, as florestas degradadas continuarão por anos a emitir dióxido de carbono, um dos principais gases do aquecimento global.”

Paulo Artaxo, cientista da USP e do IPCC, colunista do plenamata.eco

Texto: Aldem Bourscheit Edição: Sílvia Lisboa Revisão técnica: MapBiomas Ilustrações: Julia Lima  Fotos: Fabio Pereira (Greenpeace), Albin Hillert (LWF), Uederson de Amadeu Ferreira Montagem: Luiza Toledo