O crescimento da pecuária na Amazônia pode inviabilizar o compromisso do Brasil de reduzir as emissões de metano

Na COP26, em Glasgow, o Brasil assinou com outros países um compromisso para reduzir as emissões de metano até o fim da década. Como a pecuária brasileira é a maior fonte deste potente gás de efeito estufa no país, os dados revelados pelo InfoAmazonia indicam que não será fácil cumprir o que prometeu no cenário internacional.

O rebanho bovino circunscrito na Amazônia Legal cresceu 20 vezes mais do que no restante do país nas últimas décadas. O monitoramento do IBGE existe desde 1974. Neste intervalo de tempo, enquanto o número de cabeças de gado cresceu 984% nos municípios amazônicos, ele aumentou 49% no restante do Brasil.

De acordo com a avaliação do economista André Cutrim, da Universidade Federal do Pará, incentivos políticos e financeiros desenhados desde a ditadura militar ajudam a explicar essa explosão da boiada. Esses mecanismos, segundo o pesquisador, tornaram-se a maior fonte de financiamento do desmatamento para a formação de pastagens. A ocupação de grandes áreas reproduz o modelo latifundiário. O preço da terra é baixo e o custo da implantação dos projetos agropecuários, por causa da ajuda estatal, também compensa.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.